quinta-feira, fevereiro 04, 2010




Ribeira d' Ilhas - Ericeira


Fui criança , indo por um carreiro,
a caminho do mar, mão na outra mão,
entre as árvores, pedras, insectos e aves.
Toda a Natureza me coube nas pupilas,
mestra de sentimentos, e eu discípula.
E, se fechava os olhos, ela punia-me
com o silêncio cruel das ondas,
a mudez imerecida dos insectos,
e a distância das aves, que doía.
Se os abria, tudo me rodeava,
apaziguador e meu,
mas a mão que me trazia a mão
puxava-me para a luz de cada dia.


Fiama Hasse Pais Brandão - Lisboa (1938-2007)

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4 comentários:

Cristina disse...

MAGNIFICO.
Que saudade...
Beijinhos.

Meg disse...

Isabel,
Apesar da beleza do poema, os meus olhos hoje voltam.se mais para eese mar e, especialmente para as nuvens no horizonte...

Beijinho

Ana Tapadas disse...

Isabel:
As nuvens afastaram-se para tu captares estas lindas fotografias. Magníficas e que bem casadas com o belo poema de Fiama!
Beijinho

Bípede Implume disse...

Queridas amigas

Cristina
Meg
Ana

Hoje trouxe-vos um cheirinho a Primavera.
Obrigada pelo vosso carinho.
Beijinhs
Isabel