segunda-feira, janeiro 14, 2008




Era Pedro e sobre essa pedra
Ergueu-se o templo do amor atroz.
Ele de fogo; ela a cordeira
Toda a cordura chamando o algoz.


Sangram as tubas: Inês é morta!
Em meigo mito transmuta-a o pranto
Do ermo amante que erra sózinho
No seu deserto de diamantes.


Num ar sangrento buscam os seus olhos
Do corpo amado desfeitas pérolas;
E como fera coroa os ossos
Da formosura que ao alto o espera.


E em desatino de paixão lusa,
Perdida a alma que em Inês tinha,
O fim do mundo ficou esperando
Aos pés da morta, sua raínha.


Natália Correia - Até ao fim do mundo

(In Inês de Portugal, album de uma exposição de pintura de Mário Silva, Janeiro de 1984)

4 comentários:

Carminda Pinho disse...

"Estava linda Inês, posta em sossego..."

Beijinhos

Anónimo disse...

"Desfizeram-se estrelas num azul de queixa;
Choraram nebulosas nos fios do crépusculo.
Para onde fogem os amantes mortos?
Em que éternidade repousam as cansados corpos?"
Nuno Judice.
Grande abraço, querida amiga.
Cristina

Jobove - Reus disse...

bellísmas fotos, bellas las esculturas y muy bello el poema
gracias por todo

obrigado !!!

Bípede Implume disse...

..."Naquele encanto d'alma ledo e cego"... Uma história trágica de amor. Triste como todas as histórias de amor que acabam mal.
Beijinhos querida Carminda.

Não conheço este poema do Nuno Júdice. Seguramente de uma grande beleza.
Beijinhos querida Cristina.

té la mà maria-reus
Olá amigos. É sempre uma alegria vê-los por aqui.
Grande abraço de amizade.