A Nave de Alcobaça
Vazia, vertical, de pedra branca e fria,
longa de luz e linhas, do silêncio
a arcada sucessiva, madrugada
mortal da eternidade, vácuo puro
do espaço preenchido, pontiaguda
como se transparência cristalina
dos céus harmónicos, espessa côncava
de rectas concreção, ar retirado
ao tremor último da carne viva,
pedra não-pedra que em pilar's se amarra
em feixes de brancura, geometria
do espírito provável, proporção
da essência tripartida, ideograma
da muda imensidão que se contrai
na perspectiva humana. Ambulatório
da expectação tranquila.
Nave e cetro,
e sepulcral resíduo, tempestade
suspensa e transferida. Rosa e tempo.
Escada horizontal. Cilindro curvo.
Exemplo e manifesto. Paz e forma
do abstracto e do concreto.
Hierarquia
de uma outra vida sobre a terra. Gesto
de pedra branca e fria, sem limites
por dentro dos limites. Esperança
vazia e vertical. Humanidade.
Jorge de Sena - Metamorfoses
7 comentários:
Querida Isabel:
Que bom ter-te de volta!
Excelentes as fotos (quem me dera) e o poema do meu querido Jorge de Sena cai que nem uma luva.
Beijinho
Isabel,
Lindo poema! Já estava com saudade das suas postagens!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Isabel,
Lindo poema! Já estava com saudade das suas postagens!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Isabel amiga,
Ótimo que você voltou, salve salve!
Adoro como você une bem imagem e texto. Abraços.
Bom fim de semana, amiga.Obrigagada para todo e grande abraço.
Meus queridos amigos
Ana
Adriano
Janaína
Cristina
Fico muito feliz por ter de novo a vossa companhia.
Beijinhos para todos.
Minha Querida Amiga,
Esta imagem do Mosteiro Cisterciense da minha terra faz-me pensar que passaste por Alcobaça. Pensarei bem?
Se a resposta for afirmativa fico triste por não teres dito nada. Ficaria muito feliz de te puder dar pessoalmente o beijo amigo que aqui te deixo.
Bom Fim de Semana,
Maria Faia
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