Quem os ouvir, os grilos
que trilam,trilam na escuridão,
há-de julgar que os grilos
têm razão.
Enchem a noite de trilos.
Nem sei que absurda causa os leva
a serem mais presentes e reais
do que o perfume da esteva.
Cantam. De quanto é bom me alheiam.
Não há estrelas, nem rouxinóis, nem nada:
há eles só, riscando a noite
com sua voz encarnada.
Que é das Fadas que vêm com a noite?
Que é dos sonhos que a gente
sonha mesmo acordados,
só porque a noite nos pressente?
Que é dos versos nascidos
quando as brisas da noite nos embalam?
(Zanga-se o poeta, à noite, com os grilos...
Mas eles não se ralam.)
Sebastião da Gama - Os grilos
5 comentários:
Lindo poèma.
Muito pensamentos neste periodo do dim de ano!
Grande abraço.
bípede:
estou aqui na caminhada matinal.
um abraço.
romério
estas casinhas dos grilos são uma das imagens que me ficram da infância. adorava Maio para poder ter o meu grilo na gaiola!
Já tive uma gaiola destas em menina!
Dos grilos...tenho saudades. Uma doçura este «post», tal como o poema de Sebastião da Gama.
Beijinho
Olá amigos
Cristina
Romério
Comboio turbulento
Ana
Muito grata pela vossa companhia.
Beijinhos.
Enviar um comentário