sábado, julho 25, 2009






Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...

Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?

Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...


Fernando Pessoa/Alberto Caeiro - Obra Poética

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5 comentários:

Cristina disse...

Bom fim de semana, amigos.
grande abraço.

Ana Tapadas disse...

Amiga:
Não poderias ter escolhido melhor poema para estas flores silvestres!
Agora parece que vivo no deserto, como calculas...mas posso preguiçar um pouco à hora do calor e sair de noite a arejar um pouco. A ver se recupero da nuvem que foi este ano lectivo. Já nem falo do resto, porque esse faz parte da vida e faço-o com gosto.
beijinho e aproveita o descanso

Je Vois La Vie en Vert disse...

É melhor não tentar perceber e apreciar a beleza da natureza...

Bom fim de semana

Beijinhos da

Verdinha

alfacinha disse...

no pino de verão passear no prado cheio de flores silvestres ,a natureza no seu melhor momento.
cumprimentos de Antuérpia

Anónimo disse...

regresso a portugal rumo à praia e choco com toda uma calma cheia de alma:)