Como um grande borrão de fogo sujo
O sol posto demora-se nas nuvens que ficam.
Vem um silvo vago de longe na tarde muito calma.
Deve ser de um combóio longínquo.
Neste momento vem-me uma vaga saudade
E um vago desejo plácido
Que aparece e desaparece.
Também às vezes, à flor dos ribeiros,
Formam-se bolhas de água
Que nascem e se desmancham
E não têm sentido nenhum
Salvo serem bolhas de água
Que nascem e se desmancham.
Fernando Pessoa/Alberto Caeiro - Poemas Inconjuntos (307)
7 comentários:
Isabel,
Sou fascinada por Pessoa. Linda postagem. Obrigada por visitar o meu blog. Se demoro vir ao seu é porque ando meio confusa e dividida entre ser mulher e poeta.
Beijos,
Cecile.
Ah, Pessoa...o meu grande amigo!!!
A fotografia è lindo, um couher de soleil muito frio!
Beijinhos.
Je te souhaite tous mes voeux de bonheur pour cette année 2009 !!! Bonne journée...
Mes Blogs
http://passionnature78.canalblog.com/ et http://passionphotos78.canalblog.com/
Bom Dia!
Belo poema...sem dúvida alguma, porém a fotografia é divina!
Também para mim «festas» significaram um trabalho imenso e muitos kilómetros percorridos. É sempre assim ...
Beijinho e que bom ter-te de volta!
bípede:
"como um grande borrão de fogo sujo"...
tem que ser gênio.
romério
Oi, Isabel!
Encantador esse poema... Fernando Pessoa é mestre em traduzir com poucas e simples palavras nosso sentimento.
Beijos!
Olá meus amigos
Cecile
Cristina
PassionNature78
Ana
Romério
Flor
Queria entrar neste novo ano em boa companhia; a vossa e Fernando Pessoa.
Obrigada. Beijinhos.
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