sábado, janeiro 24, 2009




Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.

Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.

Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre.

Se cada ano com a primavera
As folhas aparecem
E com o outono cessam?

E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?

Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.

Fernando Pessoa - Ricardo dos Reis

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6 comentários:

ADRIANO NUNES disse...

Amada Isabel,


Tinha prometido a mim mesmo não visitar blogues de Poesia em minhas férias. Medicina e Poesia são cargas imensas para carregar, mas sei que sempre vale a pena, talvez só quisesse descansar... não sei!
A pedidos sérios e calorosos, voltei... mas está sendo gratificante.
Obrigado pela visita, pelas palavras e pela sua postagem.
Fernendo Pessoa é o poeta que mais amo e admiro.
Houve uma postagem no blog do Cicero de um poema LES ROSES e uma tradução/transcriação... eu nunca tinha escrito sobre ROSAS e resolvi fazer o meu... mas Pessoa é sempre magistral e ímpar... o meu poema é de um aprendiz das artimanhas dos versos... mas amigos meus pediram que eu o fizesse e eu o fiz... são versos com 4 sílabas tônicas, metafóricos, com deslocamento silábico e outros artífícios poéticos que deixo os leitores descobrirem...
Que cor pode ter uma rosa ou querer um poema que a tenha?

Beijo grande em seu lindo coração!
Adriano Nunes.

Anónimo disse...

isabel:
valeu o fernando pessoa.
um abraço.
romério

Ana Tapadas disse...

Olá!
Que belas rosas...neste dia sombrio!
Também prefiro rosas à pátria! Aliás Reis é o meu Pessoa predilecto...escreve o que eu gostaria de ter escrito.
beijinho

Cristina disse...

Adoro, fernando Pessoa!
Bom semana, grande abraço.

Bípede Implume disse...

Olá meus amigos

Adriano
Romério
Ana
Cristina

Que bom ter a vossa companhia neste início de mais uma semana.
Beijinhos.

Anónimo disse...

De repente, lembrei-me de um livro de infância: Rosa, minha irmã rosa. E como gostei de o ler!