segunda-feira, março 30, 2015
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade - Urgentemente
domingo, março 22, 2015
Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.
Sepultos insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera.
Miguel Torga - Flor da Liberdade
terça-feira, março 17, 2015
sábado, março 14, 2015
terça-feira, março 03, 2015
A partir de agora, e durante algum tempo, esta vai ser a paisagem que verei todos os dias.
A 50 quilómetros de Lisboa, pouco mais ou menos, e a 11 quilómetros da Ericeira.
Acordo com os passarinhos que são muitos e variados. Sei de alguns, como estorninhos, alvéolas, rabiruivos, melros, pardais, flosas, rouxinóis e também rolas, corvos, assim como algumas aves de rapina.
As alvéolas costumam fazer ninho nos meus vasos.
Há vinhas e pomares e há, sobretudo, sossego.
Sendo uma pessoa da cidade quanto tempo levarei a sentir saudades daquele ruído, daquele movimento?
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