sexta-feira, junho 30, 2006

Gárgulas!


Na visita a vários monumentos, conventos, mosteiros e igrejas, tenho deparado com verdadeiras obras de arte em pedra.

Estas obras para além da sua função decorativa, tem também outras funções associadas, por um lado, fazem parte do sistema de escoamento de águas dos telhados, sendo a parte visivel das canalizações, mas por outro lado estão também associadas a funções de vigia e de guarda dos locais onde estão implantadas.

Vigia e guarda especialmente contra as influências maléficas






Estas figuras inserem-se num grupo de figuras decorativas arquitectónicas composto pelas Quimeras que não tem outra função para além de decorar o monumento e do seu outro papel de guardiãs do espaço, e pelas Gárgulas.



Inicialmente as Gárgulas começaram por ser aplicadas nas zonas de escoamento de águas de modo a embelezar os orifícios por onde escorriam as águas. Estas peças eram de madeira ou de cerâmica.

As figuras com mais pormenores começaram a surgir com a utilização da pedra .

Desde a Antiguidade Grega que se conhecem estruturas para canalização e escoamento de águas pluviais com saída através da cabeça de leões.

A popularização das Gárgulas surgiu no entanto apenas entre os séculos XII e XV com a construção das grandes catedrais góticas.

Agora já sabe, quando visitar Com Calma... o mosteiro da Batalha, o mosteiro de Alcobaça, os Jerónimos entre outros tantos e vir alguns elementos mais grotescos, nas fachadas destes monumentos, estes estão lá não só para escoar a água para longe das paredes, mas também para guardar de qualquer influência maléfica.

quinta-feira, junho 29, 2006

Castelos de Portugal!



Nos passeios que vou fazendo por Portugal, tenho visitado vários Castelos, de Norte a Sul. Estas fortificações existem na sua maioria desde o início da Nacionalidade.

O Castelo de São Jorge, em Lisboa foi tomado aos Mouros em 1147 por D.Afonso Henriques, tendo o nome de São Jorge por ter sido este o santo de devoção dos cruzados que demandavam a Terra Santa.

A partir de 1255, com a passagem de Lisboa a Capital do reino albergou o Paço Real.

Montemor-o-Novo foi conquistada aos Mouros durante o reinado de D.Sancho I e o Castelo Medieval terá sido construido a partir de 1203

Na foto pode ver-se o antigo Paço do Alcaide, em ruínas.

Em Caminha encontra-se a Torre do Relógio, antiga Torre de Menagem do Castelo de Caminha, esta fortificação terá sido iniciada durante a ocupação romana, sendo que os seus alicerces datarão dos séculos IV e V.

A fortificação romana terá sido ampliada e reforçada durante os reinados de D. Afonso III, D.Dinis e D.João I

O relógio foi colocado no séc XVII, quando então se alterou o nome para Torre do Relógio.

Tem uma imagem de Nossa Senhora da Conceição em pedra, mandada colocar por D.João IV.

Estando em Lisboa, ou vindo a Lisboa, em passeio pelo Minho, ou pelo Alentejo, há sempre tempo para Com Calma... visitar um dos muitos castelos que defendiam as populações contra os inimigos. Seja em Caminha, após uma refeição de Rojões acompanhado com um Verde tinto, ou em Montemor-o-Novo depois de umas migas de espargos verdes.

Em cada um deles procure as marcas que os pedreiros deixavam gravadas nas pedras e que eram a sua assinatura, e que fazem parte ...da Alma, destes monumentos.

quarta-feira, junho 28, 2006

Era tão doce uma verdade entressonhada!

Mas quando, em torno dela, já verdade,
as outras vinham como pétalas
de outras flores que também eram verdade
mas não entressonhada,
e uma rede florida se estendia
sobre o jardim ansioso da memória,
como era amargo entressonhar verdades!
Na teia tão florida os olhos se perdiam...
Da terra, um vago cheiro a coisa oculta...
E,
mergulhar no oculto,
ou desfolhar a teia?

Jorge de Sena - "Era tão doce uma verdade..."

segunda-feira, junho 26, 2006

Azulejos de Lisboa






Em passeios por Lisboa, fui descobrindo uma das heranças deixadas pelos árabes no nosso país, o azulejo.

Azulejo é uma palavra derivada do árabe Al zulej ou pedra lisa e polida. Até finais do séc XV, eram sobretudo produzidos por artífices andaluzes, em grandes placas de barro cozidas e vidradas que depois eram cortadas em pequenos fragmentos geométricos e recombinados em desenhos, tal como os mosaicos romanos.

O azulejo como placa decorativa, com desenho combinado ou não, surge apenas no final do Séc XVI.

As duas placas apresentadas em estilo Arte Nova, encontram-se em Lisboa na Rua do Arco de Bandeira, e são das mais bonitas peças de azulejaria que se podem encontrar na capital, tanto pelos motivos apresentados, como pelo trabalho cromático.

Muitos edíficios do ínicio do séc XX até às décadas de 20 e 30 tem nas suas fachadas desde motivos florais

a geométricos, de cobertura parcial ou total.

Produzidos em série ou peças únicas, lisos ou com relevos, são obras que se devem admirar e preservar, pois fazem parte do património histórico e arquitectónico do nosso país e fazem uma ligação entre o nosso passado e o futuro.

Passeando pelas nossas cidades, desde o Minho ao Algarve, sem esquecer a passagem pelos Açores e Madeira, não deixe de Com Calma... olhar para cima e descobrir alguns belos paineis de Azulejos

quinta-feira, junho 22, 2006

Uma gaivota pousada
No telhado
Convido-a a entrar. Recusa.
Tem receio que a musa
Dos meus versos
Esteja em casa
E desencante o azul encantamento
- O mar e o firmamento -
Que traz em cada asa.

Miguel Torga - Preservação

quarta-feira, junho 21, 2006

Com Calma... Por outras paragens


Pesquisando os albuns de fotografias de visitas a outras paragens, deparei com alguns instantâneos de uma das minhas cidades preferidas, Paris.

Para uns Paris é a cidade das luzes, para outros, a cidade do amor e do romance, para outros ainda a capital da gastronomia.

Paris é uma cidade com múltiplas faces, cada um pode encontrar a Paris que mais deseja...

Eu encontrei também uma cidade virada para o Sena, uma cidade de pontes e de ligações entre as margens.

Na cidade de Paris existem 37 pontes que atravessam o rio, sendo que três são para uso exclusivo de peões e duas outras de uso ferroviário.

A mais antiga, a Pont Neuf construida entre1578 e 1607, foi mandada construir pelo rei Henrique III e deve o seu nome devido a ter sido utilizada pela primeira vez a Pedra como material de construção.

A mais moderna, Pont Simone de Beauvoir a inaugurar em 14 de Julho de 2006, de uso exclusivo por peões e que ligará o Parc de Bercy à Biblioteca Nacional de França, será a primeira ponte de Paris do séc XXI e também a primeira com o nome de uma mulher.

Com Calma... passe a ponte e disfrute de meia dúzia de ostras acompanhadas com uma flûte de Champagne, ou então um bom Bife au poivre numa das Caves aux Vins da Margem esquerda do Sena acompanhado com um bom Chateaux...

terça-feira, junho 20, 2006

Ontem e Hoje - Praça da Figueira

Praça da Figueira, numa reprodução de um postal de 1900, quando efectivamente existia um mercado que ocupava o espaço da Praça.

Hoje esse mercado ainda existe mas muito menor, com entrada por um dos prédios que ladeiam a actual Praça.

Na Praça da Figueira ficam ainda situados a Confeitaria Nacional, ponto de passagem obrigatório por alturas do Natal, para a compra do Bolo Rei, e o Hospital de Bonecas, último recurso para a reparação de uma boneca ou peluche danificado por excesso de carinho dos seus donos. Para a compra de sementes para a agricultura ou de ervas para chás existe ainda uma ervanária num dos cantos da Praça

No tabuleiro central da praça encontra-se a estátua de equestre de D. João I, de Leopoldo de Almeida, descentrada de modo a coincidir com o eixo da Rua da Prata.

Uma praça pra disfrutar Com calma... num passeio pela baixa pombalina, desde o Terreiro do Paço até aos Restauradores.

domingo, junho 18, 2006

Rosa



Foto de Platero
Música Rosa do Album de compilações de Jacques Brel editado pela Polygram França em 1990 e reeditado em 1997 pela Megadiscos com distribuição em Portugal por Polygram Portugal.
Uma música para ouvir durante o fim de semana, Com Calma...

quinta-feira, junho 15, 2006

Ontem e Hoje.


Numa pesquisa pelas arcas das memórias caseiras, encontrámos um postal dos anos 50 da casa do pintor José Malhoa, em Figueiró dos Vinhos.

Malhoa, que nasceu nas Caldas da Rainha em 1855, construiu esta casa, mais conhecida por "Casulo Malhoa". Viveu nela desde os finais do séc XIX, tendo falecido em 1933 na vila de Figueiró dos Vinhos.

Casulo Malhoa actualmente.

A igreja matriz de Figueiró dos Vinhos tem no seu altar mor um retábulo, cujo tema é o baptismo de Jesus Cristo, pintado por Malhoa.

Passando, Com Calma... por Figueiró dos Vinhos, não deixem de visitar a Igreja e o Casulo Malhoa, isto antes de um almoço de Maranhos ou de Bucho Recheado.

quarta-feira, junho 14, 2006

Menina com Coroa de Trevos!



Vamos iniciar uma nova secção de postais e fotografias antigas e sempre que possível, vamos tentar postar também os fotos actuais dos locais retratados.

Começamos com um postal francês de 1947, com uma menina carregando uma coroa de trevos de quatro folhas e com o motivo em relevo.

Este postal foi enviado em 6 de Julho de 1947 como atesta o carimbo dos Correios com uma tarifa de 30 centavos.

Esta secção de fotos e postais antigos, será regular e conta com a vossa colaboração, recebendo através da caixa de correio, todas as fotos os postais antigos que nos queiram enviar.

E não se esqueçam, levem a vida Com Calma...

terça-feira, junho 13, 2006

Noite de Santo António!


Foto de Bípede Implume tirada em Reguengos de Monsaraz

Para não ser reconhecido, fui disfarçado assim às marchas de Lisboa.

Depois de uma bela sardinhada e de um jarro de tinto, fui até às marchas de Lisboa, mas não levei as minhas vestes habituais, fui incógnito.

Mas quando cheguei à Avenida, vi que estava como os restantes marchantes, com muitos brilhos e dourados, pelo que fui rapidamente reconhecido.

Entre madrinhas e padrinhos, as marchas populares de Lisboa, para alguns sofreram um upgrade, com a invasão do jetsetinho.

De qualquer modo safaram-se os genuinos marchantes dos bairros típicos de Lisboa, para quem a noite de Santo António é o culminar de muitos meses de trabalho e que se entregam de alma e coração para manter uma tradição iniciada em 1932.

As desta noite estão a acabar, mas para o ano há mais.

sexta-feira, junho 09, 2006

Sobre o Dia Nacional do Cão

Há uns dias, alguém se lembrou de apresentar na Assembleia da República uma proposta para a a escolha do dia 6 de Junho como o Dia Nacional do Cão.

Como blogue preocupado com as minorias, saímos em busca de opiniões, junto das mesmas.

Os resultados desta pesquisa são os seguintes:


- Boa ideia, mas é para todos os cães?
Os da pradaria também!








- É para o lado que eu durmo melhor...






-Dia Nacional do Cão? Hi hi hi!








-Dia Nacional do Cão? Ah ah ah !








-E isso dá direito a almoço? Bonés? Pin's? T-shirts e esferográficas? Então também quero!

quinta-feira, junho 08, 2006


Tanto eu, Platero, como Bípede Implume, temos colaborado em blogues temáticos, como o Click Portugal! e o Diletantes.

Sentimos a necessidade de alterar a nossa participação e por esta razão estamos a abrir este espaço.

Começamos com uma Porta Aberta, pois esperamos que seja um espaço aberto às vossas visitas e comentários.

Aqui estamos então, Com Calma...