terça-feira, fevereiro 28, 2012




Quando em Junho de 2011 a cidade de Lisboa apareceu com os "vidrões" embelezados até achei interessante. Pelo menos estavam com um aspecto lavado.
Passado este tempo todo, em Alcântara, estão assim, sujos, desleixados e se chegamos muito próximo devemos ficar, de certeza, cheios de micróbios.
Noutros locais chegam a estar vandalizados.
Se calhar, teria sido preferível mantê-los como estavam mas com os cuidados de higiene próprios de uma cidade europeia e cosmopolita.
E não me venham cá dizer que a culpa é da falta da chuva.

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sexta-feira, fevereiro 24, 2012



A Ana enviou-me este vídeo espantoso, que não resisto a mostrar-vos.
Como estamos a atravessar uma seca que  começa a ser preocupante, quem sabe os deuses ouçam estes artistas tão fabulosos e nos enviem a tão desejada chuva.
Bom fim de semana.

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terça-feira, fevereiro 21, 2012





Entre sobas solertes e solenes
Aqui estou de poeta e de passagem.
Das 25 pombas deste Abril
As melhores levo em versos na bagagem.

E aqui as solto transidas e alertadas
Pelo hálito do medo que já volta
E cada uma delas é uma concha
Carregando uma pérola de revolta.

Aqui eu as desprendo contra a noite
Que já da liberdade os trevos pisa
E cada uma delas é um rio
Desfiando uma prata insubmissa.

Se o país que na esperança exercitámos
For um desvão de Abril apunhalado
Onde a vida reclama a plenitude
É que o poeta é febre é raiva é dardo.

É canto arterial é um centauro
Com uma flecha de música no flanco
É toda a luz na boca e a liberdade
É o mais certeiro tiro do seu canto.

Enquanto lira for de luz cantada
O poeta sem repouso no combate,
A luta não termina quando perde
A cor nos cravos que a escuridão abate.

Natália Correia - Rascunho de uma Epístola

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domingo, fevereiro 19, 2012

sexta-feira, fevereiro 17, 2012







Universidade de Coimbra



A cidade tem beleza natural mas é dominada pela Universidade que foi fundada nos finais do sec XIII e definitivamente instalada desde 1537.

Mas, já anteriormente, existiu uma Escola Episcopal destinada à formação de clérigos.  Dada a qualidade do ensino foi também frequentada por não-religiosos a partir do sec XI-XII.

Onde há estudantes há música e com eles nasceu um  estilo muito próprio, a canção de Coimbra. Sendo no mundo uma das raras universidades, possuidoras de uma canção que a represente e que vem desde a idade média. A canção nasceu na rua e é cantada em grandes espaços. A ela estão ligados nomes que nos tocam muito: Adriano Correia de Oliveira e José Afonso a que associamos a Liberdade.

A canção da cidade dos estudantes não integrou a candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, mas faz parte de outra, já entregue à Unesco: a candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial da Humanidade.

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segunda-feira, fevereiro 13, 2012




Os amigos amei
despido de ternura
fatigada;                                                   -
uns iam, outros vinham;
a nenhum perguntava
porque partia,
porque ficava;
era pouco o que tinha,
pouco o que dava,
mas também só queria
partilhar
a sede da alegria -
por mais amarga.

Eugénio de Andrade - Os Amigos

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quarta-feira, fevereiro 08, 2012



Ainda a propósito  do tema lançado esta semana : Não sejam piegas, vieram-me à memória algumas frases  da sabedoria popular que antes do 25 de Abril eram frequentes serem ouvidas e parece que voltaram a estar na moda.

Pobrete mas alegrete
É comer e calar
Aos pobres até os cães ladram
Os pobres de espírito enchem o reino dos céus
Bem prega Maria em casa vazia
Nunca peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu
Pobrezinho mas honrado
Numa casa, uma porta e uma janela, quanto basta para ela.
O pobre quando mete a mão ao bolso, só tira os cinco dedos
Sol e vento é meio sustento

E tantos outros.  Por isso "lá vamos  cantando e rindo...levados,levados sim", porque não somos piegas.

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terça-feira, fevereiro 07, 2012




Não sejam piegas



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sexta-feira, fevereiro 03, 2012




Catefica - Torres Vedras


Quanto mais longe vou, mais perto fico
De ti, berço infeliz onde nasci.
Tudo o que tenho, o tenho aqui
Plantado.
O coração e os pés, e horas que vivi,
Ainda não sei se livre ou condenado.

Miguel Torga - Regresso

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