quinta-feira, agosto 02, 2012


Praia do Algodio - Ericeira


A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.

Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.

Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.

Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados
pedissem perdão.
Não peça.


Carlos Drummond de Andrade - Segredo


Sexta feira dia treze




Parece que as regras mudaram e estas cadeiras todas já não dão direito a doutoramento.
E essas novas regras  não têm efeitos retroactivos?




2 comentários:

Ana Tapadas disse...

Querida Isabel,
que lindo este mar! Eu não conheço, apesar de o meu filho frequentar essa costa para «surfar» (quando ainda tinha tempo). É uma tela.
O poema de Drummond excelente.
A tua veia irónica é impagável, pela fina inteligência. Adoro.

(Também entrei de férias, mas o Verão vai quente para os professores e é difícil desligar).

Bom fim de semana,
beijinho

alfacinha disse...

Cara Isabel,
Portugal sempre recebeu -me com um carinho imenso, o que me fez sentir ser bem-vindo a cada momento da minha breve estadia. Estou a descontar os dias.
Cumprimentos de Antuérpia