Sou de uma Europa de periferia
na minha língua há o estilo manuelino
cada verso é uma outra geografia
aqui vai-se a Camões e é um destino.
Velas veleiro vento. E o que se ouvia
era sempre na fala o mar e o signo.
Gramática de sal e maresia
na minha língua há um marulhar contínuo.
Há nela o som do sul o tom da viagem
O azul. O fogo de Santelmo e a tromba de água.
E também o sol. E também a sombra.
Verás na minha língua a outra margem
Os símbolos os ritmos os sinais.
E Europa que não mais Mestre não mais.
Manuel Alegre - A Fala
2 comentários:
olá Isabel
Que poema delicioso e com a cidade da minha prefeêncio no fundo.Obrigado
Querida Isabel,
como é bela Lisboa vista pelos teus olhos!
Gosto muito deste poema de Manuel Alegre e que adequado.
Beijinho
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