quarta-feira, dezembro 11, 2013




Sou de uma Europa de periferia
na minha língua há o estilo manuelino
cada verso é uma outra geografia
aqui vai-se a Camões e é um destino.

Velas veleiro vento. E o que se ouvia
era sempre na fala o mar e o signo.
Gramática de sal e maresia
na minha língua há um marulhar contínuo.

Há nela o som do sul o tom da viagem
O azul. O fogo de Santelmo e a tromba de água.
E também o sol. E também a sombra.

Verás na minha língua a outra margem
Os símbolos os ritmos os sinais.
E Europa que não mais Mestre não mais.


Manuel Alegre  - A Fala

2 comentários:

alfacinha disse...

olá Isabel
Que poema delicioso e com a cidade da minha prefeêncio no fundo.Obrigado

Ana Tapadas disse...

Querida Isabel,
como é bela Lisboa vista pelos teus olhos!
Gosto muito deste poema de Manuel Alegre e que adequado.

Beijinho