terça-feira, maio 20, 2014




Canto de pé no meio do país amado.
Os ventos tristes batem no meu rosto
batem no meu poema as vozes muito antigas
de não sei que desgosto sempre tão cantado
nas cantigas nocturnas do país amado.

Eu cantarei os homens assentados
nas cadeiras de chuva sobre a dor.
Dos nervos do meu canto lançarei mil dardos
eu cantarei o amor e os ombros libertados
de seus fardos. Que vi na dor os homens assentados.

Canto de pé no meio do país amado.
E ainda que por vezes de Elsenor
cheguem noites de pavor e almas penadas
eu cantarei o amor que sempre foi negado
às gentes ignoradas do país amado.


Manuel Alegre - Praça da Canção (Canção Segunda)

1 comentário:

alfacinha disse...

Cara amiga
Ando muito preocupado para os resultados das eleições na Bélgica. As sondagens de opinião indicam lucro para partidos que optarem para um empreendimento da crise como em Portugal.
abraços