A poesia não vai à missa,
não obedece ao sino da paróquia,
prefere atiçar os seus cães
às pernas de deus e dos cobradores
de impostos.
Língua de fogo do não,
caminho estreito
e surdo da abdicação, a poesia
é uma espécie de animal
no escuro recusando a mão
que o chama.
Animal solitário, às vezes
irónico, às vezes amável,
quase sempre paciente e sem piedade.
A poesia adora
andar descalça nas areias do verão.
Eugénio de Andradre -A Poesia não Vai
.
2 comentários:
A poesia portuguesa acha mesma nas paredes azulejadas. Museu Nacional do Azulejo. Cumprimentos de Antuérpia
Querida Isabel,
ah, este mar! E eu aqui na charneca seca...
É preciso dizê-lo? Eugénio é o meu poeta de eleição. Este poema é a minha alma...
Beijinho e bom Domingo.
(neste momento as escolas são infernos)
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