terça-feira, janeiro 15, 2013




A trinta e cinco reis custa a pescada;
O triste bacalhau a quatro e meio;
A dezasseis vinténs corre o centeio;
Do verde a trinta reis custa a canada.
 
A sete, e oito tostões custa a carrada
Da torta lenha, que do monte veio;
Vende as sardinhas o galego feio
Cinco ao vintém; e seis pela calada.
 
O cujo regatão vai com excesso,
Revendendo as pequenas iguarias,
Que da pobreza são todo o regresso.
 
Tudo está caro: só em nossos dias,
Graças ao Céu! Temos em bom preço
Os tramoços, o arroz e as Senhorias.
 
 
Paulino António Cabral (Abade de Jazente)
Amarante (1719-1789)

 
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1 comentário:

alfacinha disse...

O poema já tem idade, mas as palavras ficam atuais
Cumprimentos de Antuérpia