Lantana (Lantana camara)


FELIZ ANO NOVO

Meus queridos amigos
A mensagem que eu quero transmitir é, mesmo com muitas contrariedades, do mau tempo, (até tivemos um tremor de terra) , podemos esperar sempre dias melhores. Para todos vós um Feliz Natal, com muita saúde, alegria, amor e que todos os vosssos sonhos de realizem.
Voltarei depois do Natal.

Se perguntarem das artes do mundo?
Das artes do mundo escolho a de ver cometas
despenharem-se
nas grandes massas de água: depois, as brasas pelos
recantos,
charcos entre elas.
Quero na escuridão revolvida pelas luzes
ganhar baptismo, ofício.
Queimado nas orlas de fogo das poças.
O meu nome é esse.
E os dias atravessam as noites até aos outro dias, as
noites
caem dentro dos dias - e eu estudo
astros desmoronados, mananciais, o segredo.

Herberto Helder - Se Perguntarem das Artes

A luz que te ilumina,
Terra da cor dos olhos de quem olha!
A paz que se adivinha
Na tua solidão
Que nenhuma mesquinha
Condição
Pode compreender e povoar!
O mistério da tua imensidão
Onde o tempo caminha
Sem chegar!...

Miguel Torga - Alentejo

Em criança costumávamos dizer: Nossa Senhora da Conceição, faça Sol e chuva não. Foi o que aconteceu ontem, em Campo Maior, Alto Alentejo, no dia de Nossa Senhora da Conceição. O sol espreitando por entre nuvens, foi mais forte.
A procissão saiu à rua, levando atrás a banda, muito aprumada e os fiéis . As janelas, como é costume nestas ocasiões, estavam enfeitadas com colchas coloridas. Era uma procissão muito simples. A única imagem era só a de Nossa Senhora, muito linda cheia de flores. Ela sai do seu altar, neste dia que lhe é consagrado. E o povo presta-lhe a homenagem devida.

Não é já de Natal esta poesia.
E, se a teus pés deponho algo que encerra
e não algo que cria,
é porque em ti confio: como a terra,
por sobre ti os anos passarão,
a mesma serás sempe, e o coração,
como esse interior da terra nunca visto,
a primavera eterna de que existo,
o reflorir de sempre, o dia a dia,
o novo tempo e os outros que hão-de vir.

Jorge de Sena - 1947 (31-XII)

Amor é o olhar total, que nunca pode
ser cantado nos poemas ou na música,
porque é tão-só próprio e bastante,
em si mesmo absoluto táctil,
que me cega, como a chuva cai
na minha cara, de faces nuas,
oferecidas sempre apenas à água.

Fiama Hasse Pais Brandão (1939-2007)