quarta-feira, março 23, 2011





Estas coisas que canto na Primavera

Estas coisas que canto na Primavera, colho-as para os amantes
(Pois quem senão eu havia de compreender os amantes e toda a sua tristeza e alegria?
E quem senão eu havia de ser o poeta dos companheiros?),
Colhendo, atravesso o jardim do mundo, mas em breve passo pelos portões,
Ora ao longo da margem do lago, ora entrando nele um pouco, sem recear molhar-me,
Ora ao longo das vedações onde velhas pedras apanhadas dos campos e para ali atiradas se acumularam
(Flores silvestres, trepadeiras e ervas surgem por entre as pedras e cobrem-nas parcialmente, e por cima delas passo),

...
Walt Whitman (Excerto)

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5 comentários:

Teresa Alves disse...

Tão pequeninas e tão... significantes. Pudesse, também eu, no meu outono, cantaria assim a primavera... sem pisá-las. Preservando-as e talvez, até, registrando-as.

¬

Carminda Pinho disse...

Quem me dera ter vontade de cantar assim...

Beijo, Isabel.

alfacinha disse...

Minúscula, frágil, discreta, escondida, mas tão deslumbrante linda
Obrigado Isabel

Cristina disse...

Superbe.
Bom fim de semana, amigos e espero até muito brève?

Ana Tapadas disse...

Querida Isabel,
que bom encontrar aqui Whitman...poesia fora de série, sensibilidade e a esperança de ser feliz sobre a base de coisas simples que a natureza renova.
Correm tempos incertos. Andamos sem rumo.
Beijinho e boa sexta-feira