Artesanato português
Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.
Apetece gritar, mas ninguém grita.
Apetece fugir, mas ninguém foge.
Um fantasma limita
Todo o futuro a este dia de hoje.
Apetece morrer, mas ninguém morre.
Apetece matar, mas ninguém mata.
Um fantasma percorre
Os motins onde a alma se arrebata.
Oh! maldição do tempo em que vivemos,
Sepultura de grades cinzeladas,
Que deixam ver a vida que não temos
E as angústias paradas!
Miguel Torga - Dies Irae
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4 comentários:
Muitos de nós sentem-se ratos!
Bom fim de semana!
Indignados somos todos, somente os mais corajosos protestam.
cumprimentos de Antuérpia
Souvenirs,souvenirs....
bonne fin de semaine,bisous,amigos.
Querida Isabel,
num dia normal eu escolheria as ratoeiras e as fisgas...mas num dia especial como hoje, escolho a última fotografia que é um encanto.
O poema de Torga é magnífico.
Beijinho
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