Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.
Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.
O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.
Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.
Cecília Meireles - Soneto Antigo
*
5 comentários:
Sonetos, ahh estes me lavam a alma, e ótimo ver que desconhecidos escreveram coisas em que vieram de sua mente sem saber que tanto me agradariam...
Bom fim de semana amigos e até muito bréve!!!Beijinhos de saudade...
Querida Isabel,
a fragilidade das flores de inverno - tão belas - e este maravilhoso soneto de Cecília...lindo!
Beijinho
Conheço cada vez mais e mais poetas portugueses, graças a este blog amável
cumprimentos de Antuérpia
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