sábado, abril 28, 2012


...

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistèrio.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

...

Fernando Pessoa/Alberto Caeiro - Ficções do Interlúdio V (excerto)


5 comentários:

alfacinha disse...

O sol é com certeza absoluta a mãe de todo a vida.
Uma saudação de amizade de Antuérpia

Ana Tapadas disse...

Querida Isabel,
olhando a tua maravilhosa foto/tela de um mestre...enquanto lá fora chove...
Que beleza! E com Caeiro a dizer exactamente o que penso.

Beijinho e boa noite.

maria joão moreira disse...

obrigada por este presente! acho que estava a precisar...
um beijo

Nivea disse...

Olá!!!
Uau!!! Dois grandes poetas!

Às inúmeras dimensões da dúvida, às perguntas e respostas que só a manifestação criativa das pessoas revela.

Que metro serve
para medir-nos?
Que forma é nossa
e que conteúdo?

Contemos algo?
Somos contidos?
Dão-nos um nome?
Estamos vivos?

Gosto de passar por aqui, seu blog sempre acrescenta.

Um semana iluminado!
N.N

Lídia Craveiro disse...

É sempre um prazer para os sentidos passar por aqui.

Abraço
Lìdia