Papoilas, algures, entre Fátima e Leiria
Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta,
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter,
Pergunto a mim próprio devagar
Por que sequer atribuo eu
Beleza às cousas.
Uma flor acaso tem beleza?
Tem beleza acaso um fruto?
Não: têm cor e forma
E existência apenas.
A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão.
Não significa nada.
Então por que digo eu das cousas: são belas?
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver,
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens
Perante as cousas,
Perante as cousas que simplesmente existem.
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível!
Fernando Pessoa/Alberto Caeiro - Ficções do Interlúdio
Sexta feira, dia treze...
Imagem tirada da Wikipedia
Aumento dos impostos
Aumento da austeridade
Aumento do custo de vida
Aumento da pobreza
Deu em retracção económica ou seja , continua a não haver dinheiro.
Lógico intuitivo e nada transcendente.
Portanto- muito - devagarinho - qual - destes pressupostos - é que - não - perceberam?