terça-feira, junho 19, 2012



Aos Jacarandás de Lisboa

São eles que anunciam o verão.
Não sei de outra glória, doutro
paraíso: à sua entrada os jacarandás
estão em flor, um de cada lado.
É um sorriso, tranquila morada,
à minha espera.
O espaço a toda a roda
multiplica os seus espelhos, abre
varandas para o mar.
É como nos sonhos mais pueris:
posso voar quase rente
às nuvens altas - irmão dos pássaros -
perder-me no ar.


Eugénio de Andrade  (Os Sulcos da Seda,2001)




2 comentários:

alfacinha disse...

As Jacarandás
Adoro, O contraste do lilás/arroxeado com o céu de Lisboa e afinal o sol que brilha dá à cidade uma luz própria .Morro de saudades
Cumprimentos de Anruérpia

Ana Tapadas disse...

Querida Isabel,
um dos meus primeiros post foi sobre uma ida a Lisboa e da impressão que esses belíssimos jacarandás me provocaram...
Lindo, vê-los aqui: são da tua Lisboa, cobrem-na de beleza. E que poema apropriado, do meu Eugénio.

Beijinho