quarta-feira, maio 23, 2012






Quanto sabe a flor! Sabe ser branca
quando é jasmim, e roxa quando é lírio.
Sabe abrir o botão
sem reservar doçuras para si,
ao olhar ou  à abelha.
Permite sorridente
que se faça mel com sua alma.
Quanto sabe a flor! Sabe deixar-se
colher por ti, para que tu a leves,
erguida, em teu peito numa noite.
Sabe fingir, quando no dia seguinte
de ti a afastas, que não é a mágoa
por tu a abandonares que a faz murchar.
Quanto sabe a flor! Sabe o silêncio;
e possuindo uns lábios tão formosos
sabe calar o "ai!" e o "não", e ignora
a negativa e o soluço.
Quanto sabe a flor! Sabe entregar-se,
dar, dar tudo o que é seu a quem a quer,
sem pedir mais que isso: que lhe queira.
Sabe, simplesmente sabe, amor.



Pedro Salinas (1891-1951) - Espanha


1 comentário:

alfacinha disse...

Olá Isabel,
Abelhas abelhões, adoro a diligência destes insectos, são os meus amigos no jardim e principalmente gosto de ouvir o zumbido que produzem. Ao contrário evitará todo o contacto com as vespas, estas são muito aborrecidas e agressivas e não dão mais-valia às plantas. Cumprimentos de Antuérpia