sexta-feira, maio 18, 2012






Aqui declaro que não tem fronteiras,
Filho da sua pátria e do seu povo,
A mensagem que traz é um grito novo,
Um metro de medir coisa inteiras.

Redonda e quente como um abraço
de pólo a pólo, a sua humanidade,
Tendo raízes e localidade,
É um sonho aberto que fugiu do laço.

Vento da primavera que semeia
Nas montanhas, nos campos e na areia
A mesma lúdica semente,

Se parasse de medo no caminho,
Também parava a vela do moínho
Que mói depois o pão de toda agente.


Miguel Torga - Universalidade

2 comentários:

Ana Tapadas disse...

Querida Isabel,
com um ângulo perfeito, as fotografias são um belo enquadramento para o belo poema do nosso Torga. Como ele é, tristemente, actual!

Beijinho e bom Sábado.

alfacinha disse...

Poema lindo. Ainda não tenho um livro de Miguel Torga na minha biblioteca portuguesa. Uma visita para Bertrand impõe-se logo que esteja em Lisboa. Cumprimentos de Antuérpia.