terça-feira, setembro 23, 2008






Falo da natureza.
E nas minhas palavras vou sentindo
A dureza das pedras,
A frescura das fontes,
O perfume das flores.
Digo, e tenho na voz
O mistério das coisas nomeadas.
Nem preciso de as ver.
Tanto as olhei,
Interroguei,
Analisei
E referi,outrora,
Que nos próprios sinais com que as marquei
As reconheço, agora.

Miguel Torga - A palavra

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4 comentários:

Cristina disse...

Muito lindo!
E tâo de delicadeza...com tua, Isabel!
Grande abraço.

Ermengardo II disse...

Falo da natureza, cielos, qué imagen sobrecogedora!
Cuántos poetas tiene la lengua portuguesa! Y que poco conocidos de esta parte!
Un abrazo, amiga

Carminda Pinho disse...

E parece tão simples escrever assim...mas não é.
Só um poeta como o Torga conseguiria fazê-lo.
Tão bonito, como as rosas que o enfeitam, o poema.

Beijos, Isabel.

Bípede Implume disse...

Olá Cristina
É para suavizar os nossos dias,amiga.
Beijinhos.

Koborron
Miguel Torga é um poeta com a força da terra e ao mesmo tempo com uma doçura das tardes outonais.
Grande abraço, amigo.

Olá Carminda
Nós amamos o Torga, eu sei.
Gostaria de escrever como ele, com a tal simplicidade (aparente) como tu dizes. Infelizmente não consigo.
As rosas são do meu jardim para os amigos.
Beijinhos.
Beijinhos.